Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito. William Blake

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Vamos falar de política!

Quando hoje defendi que Manuela Ferreira Leite tinha ganho o debate contra Francisco Louçã, toda a gente olhou para mim como se eu tivesse dito o maior disparate do mundo, mas a verdade é que acabaram por concordar comigo. Todos temos direito à nossa opinião e a troca delas apenas nos enriquece a nós e aos outros. Assim sendo, aqui fica o desfecho do debate do meu ponto de vista:
· Para Manuela Ferreira, chegava-lhe não dar oportunidade ao candidato do BE de pegar nas suas falhas e expô-las a todo o país e, apesar de diversas hesitações e reconstrução de discurso, a verdade é que conseguiu.
· Procurou mostrar-se de acordo com uma das forças políticas em crescimento, tentando mostrar que não era tão conservadora como José Sócrates a pintava e, tirando a parte em que enfeitou a sua opinião em relação ao casamento homossexual, a verdade é que o objectivo foi comprido.
· Afastou-se da crítica directa a Sócrates e acatou sem grande discussão certas culpas do governo do PSD.
· Defendeu a igualdade, quase utópica, entre ricos e pobres, atraindo o voto dos eternos descontentes, aliciando o eterno sonho dos pobres – golpe baixo, mas eficaz.
· Em termos de saúde, conseguiu “enervar” o adversário, atraindo as atenções para ele, dando apenas espaço para ela soltar um e outro desejo de igualdade – golpe baixo, mas eficaz.
· Não se alargou em discussões sobre os seus planos, captando os problemas do governo PS para a ribalta, constantemente.
· Muitas vezes criticada pela sua frieza, exibiu uma postura relativamente simpática e tentou puxar pela emoção nos ouvintes.
· Respeitou Louçã e deu-lhe oportunidades que ele não estava preparado para receber, fazendo com que ele começasse a dizer que ela só queria estar de acordo com ele, desviando-se das questões essenciais.
· Convenhamos que, como força maior da oposição, o PSD apenas está interessado no debate com Sócrates. Caso não se alargue em discussões sobre o seu programa, a verdade é que este será sempre um “mistério”, afastando-se das espingardadas dos partidos mais pequenos, que poderiam dar margem de manobra ao primeiro-ministro. Assim, Manuela Ferreira Leite vai poder atacar Sócrates mais intensamente, desviando pura e simplesmente as suas críticas.
Na minha opinião, teremos uma Manuela Ferreira Leite estratega, com uma personalidade que agrada e que defenda os temas que todos querem ouvir. Mas ninguém agrada a todos e esse vai ser o seu maior erro. Apesar do desenho que fiz das suas possíveis acções futuras, não acredito que ela tenha destreza suficiente para as levar para a frente.
Ela mostra confiança demais na vitória, devido às Europeias, só que as pessoas votaram em Rangel, não nela. Não me parece, no meu singelo ponto de vista, que ela seja aquilo que os portugueses querem ver… mas Sócrates também não. Sinceramente, dou graças por ainda não ter idade para votar – não me conseguiria decidir, são os dois maus demais e já sabemos que os outros nunca conseguirão ganhar, uma vez que preferem criticar a apresentar ideias. É a política que temos.

1 comentário:

  1. Desde que não votasses no Bloco já era um avanço. Para não quem não se sente suficientemente esclarecido e motivado existe o voto em branco. É uma opção que cresceu nas últimas eleições.

    O grande problema de Manuela Ferreira Leite é de não ser, em termos oratórios, como Sócrates: uma demogaga. Se o fosse ganharia estas eleições com uma perna às costa. Ela recusa-se a ser popular e a contribuir para a má dos políticos (do promete e não cumpre). Ela só promete o que pode cumprir. Fá-lo porque é Economista e consci~^encia do desastre das contas públicas na actualidade. Porque dar Magalhães e telemoveis aos velhinhos só afunda mais o país. Bom bom era mesmo alterar profundamente a maneira portuguesa de pensar. Nomeadamente no campo político.

    Fico muito feliz por saber que, na nossa geração, existe mais uma pessoa que dedica algumas das suas palavras à política e à democracia. Muitos se esquecem que, este tipo de manifestações, só são possíveis em democracia, livre e plural como a nosssa.

    Um Beijo!

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